A vida é uma colcha de retalhos
Costurados apressadamente
Uns aos outros.
Alguns lembram tecidos nobres,
Que adornariam princesas
Se inteiros pudessem ser...
Outros revelam-se farrapos,
Que se negariam a cobrir
Qualquer porção de um corpo qualquer...
Unimos todos os sonhos desfeitos,
Belos e suntuosos,
Aos insucessos e malogros,
Que um dia ousamos sofrer.
E faz-se a colcha de retalhos da vida.
Faz-se só, faz-se por si,
E de nós só exige o ato vil de costurar
Seus pedaços uns aos outros.
Carregamos os retalhos do que a vida nos deu
E com eles cobrimos o que não nos sobrou...
Carregamos e cobrimos,
Acreditando ser colcha
O que nunca foi mais que nosso santo sudário.
Bom poema. A imagem da colcha de retalhos não é nova, mas se pode suscitar muitas outras imagens com ela.
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